As três listras da Adidas, reconhecidas mundialmente como símbolo da marca esportiva, ganharam um novo e perigoso significado em Salvador. Na capital baiana, o uso do logotipo tem sido associado a facções criminosas, colocando em risco quem veste peças da grife.
Na Pituba, bairro de classe média, o símbolo da Adidas passou a ser vinculado ao Bonde do Maluco (BDM), grupo criminoso que atua na região. Um comerciante local relatou ao Correio ter sido ameaçado na Rua Pará, na última semana, por usar uma camisa da marca.
“Ele disse: ‘aí é três e aqui nós somos dois. Cuidado’. Troquei a camisa e voltei a trabalhar. Me senti ameaçado”, contou o homem, que preferiu não se identificar.
A menção ao “dois” faz referência ao Comando Vermelho (CV), facção rival que domina o Nordeste de Amaralina, área vizinha com acesso pela mesma via onde ocorreu a abordagem.
Casos como esse não são isolados. O uso de roupas, cortes de cabelo ou símbolos gráficos vem sendo cada vez mais interpretado como forma de identificação entre grupos criminosos na Bahia.
Em Saubara, cidade a cerca de 90 km de Salvador, um jovem foi morto por vestir uma camiseta com estampa do Mickey Mouse – personagem que, segundo investigações, estaria associado à facção A Tropa. Já na capital, estudantes chegaram a abandonar a escola após adotarem a tendência de desenhar três linhas nas sobrancelhas – moda que, em determinadas áreas, também é interpretada como um sinal de filiação ao BDM.
As autoridades alertam que, embora esses códigos não sejam oficiais, têm sido usados como pretexto para intimidações, agressões e até homicídios.
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