A participante do reality show americano RuPaul’s Drag Race, Valentina, veio ao Brasil para realizar uma performance especial para seus fãs brasileiros neste sábado (6), no The Realness Festival, em São Paulo.
Valentina participou da nona temporada da competição mais famosa de drag queens, onde uma disputa revela uma nova drag superstar. Alcançou o sétimo lugar e ganhou o título de Miss Simpatia.
Posteriormente, ela integrou o elenco do spin-off RuPaul’s Drag Race All Stars 4, ficando em quarto lugar. No ano passado, apresentou, ao lado de Lolita Banana, a primeira temporada de Drag Race México, a versão mexicana da franquia.
A drag queen é uma das principais atrações do festival e está entusiasmada para se apresentar no Brasil durante a temporada do orgulho LGBTQIA+, como parte de sua turnê pela América Latina, que inclui países como Panamá e Chile.
“Estou ansiosa porque vou passar um tempo no Rio de Janeiro e me divertir muito com o calor e a hospitalidade do povo brasileiro, que sempre é gentil. Estou com muita vontade de sair, quem sabe uma noite de dança, sacudir um pouquinho e comer uma comida deliciosa, como moqueca de peixe, que adoro”, diz ela.
Filha de imigrantes mexicanos, Valentina nasceu na Califórnia, nos Estados Unidos. Ela se descreve como uma “deusa latina” e sua estética remete às suas origens com um toque da era de ouro do glamour de Hollywood, além de uma feminilidade inspirada na força da mulher vedete latina.
Ela conta que tem ouvido muita música brasileira e que acompanha e admira artistas como a drag queen Pabllo Vittar e a cantora Anitta. Também se inspira em Carmen Miranda, pela arte retrô de Hollywood da artista brasileira.
Desde o ano passado, legisladores e parlamentares da ala conservadora dos Estados Unidos têm proposto uma série de projetos de lei contra as drags, que visam restringir a liberdade de expressão artística de seus shows em espaços públicos.
No estado do Tennessee, um juiz federal da Suprema Corte indeferiu uma lei assinada pelo governador, alegando ser inconstitucional e violar a liberdade de expressão. Valentina afirma que continuará a se apresentar ao redor do mundo e que, por viver na Califórnia, tem a possibilidade de continuar com seu ativismo.
“O palco é tão sagrado e disruptivo para todos nós, artistas. Eu mantenho a resistência da arte drag me apresentando em todo lugar, para nunca banir essa forma de expressão. Eu me divirto muito no palco e espero que essa forma de ativismo através da performance seja constante, para combater aqueles que querem nos limitar.”
Em algumas temporadas, RuPaul costuma perguntar às participantes finalistas por que a arte drag é mais importante hoje do que nunca. Para Valentina, a importância vem da dedicação do artista. “Você pode renascer com sua persona e personagem das cinzas, como uma fênix, ao dedicar sua vida à arte e performance de ser uma rainha.”
A cultura drag queen tem ganhado destaque global nos últimos anos, impulsionada principalmente pelos reality shows de RuPaul, que se tornaram programas de audiência e influência cultural em diversos países, incluindo o Brasil.
A visibilidade se reflete no volume de espetáculos, shows, drags em filmes, seriados e na conferência anual das drag queens, a DragCon, realizada pela produtora WOW, que produz o reality show de RuPaul, em Los Angeles e Londres.
Além de Valentina, este festival contará com outros nomes centrais da arte drag, como as vencedoras americanas do All Stars 2 e 4, Alaska e Monét X Change, a atual vencedora da 16ª temporada, Nymphia Wind, e as apresentadoras de Drag Race Brasil e Caravana das Drags, Grag Queen e Ikaro Kadoshi. Também marcarão presença as participantes de Drag Race Brasil -Helena Maldita, Betina Polaroid, Naza e Shannon Scarllet.
O festival, que celebra a arte drag, reuniu espetáculos diversos, com alguns shows cantados ao vivo e a famosa dublagem, chamada de lipsync.