A capital baiana recebeu, nesta quarta-feira (24), o navio MSC Orion, com 366 metros de comprimento e 16 metros de profundidade.
A embarcação, com capacidade para transportar 15 mil contêineres, é a primeira do tipo a navegar nas águas da Baía de Todos-os-Santos. A chegada deste navio marca a inauguração da rota logística direta entre a Bahia e a Ásia.
“Acreditamos muito que Salvador entra, a partir dessa conexão, na rota de grandes exportações, inclusive com o oeste do estado e com outras regiões produtivas não só da Bahia, mas de outros estados”, pontuou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes.
A rota com a Ásia será regular e terá saídas semanais, fortalecendo a relação não apenas com a China, mas também com os mercados de todo o Extremo Oriente.
Washington Pimentel, CEO do Instituto WP, que representou produtores da região Oeste no evento, destacou que a eficiência logística com a rota Bahia-China vai beneficiar, diretamente, a cultura do algodão do Oeste do estado.
“Teremos a Bahia com a capacidade de exportar sua produção de algodão, colhendo os frutos do trabalho árduo dos produtores do Oeste Baiano”, comenta Pimentel.
De acorco com Guilherme Moura, diretor da Faeb, a rota Bahia Ásia era uma demanda antiga dos produtores rurais baianos, sobretudo dos cotonicultores, mas ela chega para atender não só o algodão, e sim diversas cadeias produtivas. Com essa linha regular será possível exportar, além da fibra, grãos, frutas e tantos outros itens produzidos em todo o Nordeste.
“A China representa 50% das exportações do agro e essa nova rota trará mais competitividade ao agro baiano, reduzindo tempo de viagem e, consequentemente, custo do produtor com logística”, complementa Moura.
Nas importações, os segmentos de energia renovável, químicos e petroquímicos, automotivo, fertilizantes, eletroeletrônicos também serão mais competitivos.
“Entramos na rota dos maiores navios do mundo, o que evidencia a posição de destaque que Salvador vem conquistando e que favorece uma extensa cadeia de produtores, indústrias de variados segmentos, dentro e fora da Bahia”, analisa Demir Lourenço, diretor-executivo do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Salvador.
(G1)