Muita diversidade musical já tinha tomado conta do primeiro dia do Festival de Verão Salvador 2025 antes mesmo de Alok subir ao palco. O DJ goiano começou seu set por volta das 23h30 do último sábado, 25, em meio a uma programação marcada pela pluralidade de estilos musicais.
A tarde iniciou com o rock de Pitty, passou pelo sertanejo de Ana Castela, pelo pagode do Só Pra Contrariar, seguido do axé de Bell Marques e do reggae do Natiruts. Mas a presença de Alok, com sua pegada eletrônica, talvez tenha sido a escolha mais ousada desta edição. O DJ trouxe uma hora de música que parecia conectar todos os gêneros, dando um toque de pista de dança a um público que mais cedo vibrava com hits de trio elétrico.
Alok performou do centro de uma mesa de som sustentada por mãos gigantes prateadas, em um espetáculo visual que combinava telões psicodélicos, fogos de artifício e canhões de fogo. O set foi recheado de remixes de sucessos que iam de Dido (“Thank You”) a Bon Jovi (“Living on a Prayer”), passando por Red Hot Chili Peppers (“Otherside”) e Tove Lo (“Habits”). Entre os drops e explosões sonoras, ele abaixava o volume para o público cantar junto, enquanto fazia declarações de amor ao microfone.
Apesar de sua fórmula previsível de crescimentos e explosões, o DJ manteve a energia alta. Mesmo que momentos pontuais de cansaço tenham surgido na plateia – como o caso de um espectador que gritou “libera aí essa desgraça de música logo” –, a apresentação foi amplamente bem recebida, especialmente em sua segunda metade.
Foi então que Alok lançou mão de seu tradicional show de drones. No céu de Salvador, as máquinas formaram imagens que arrancaram suspiros: planetas, galáxias, caranguejos, uma baiana estilizada e até o logo de um banco. Esse momento visual foi acompanhado por uma homenagem à música baiana. Alok remixou faixas de grupos como BaianaSystem e trouxe integrantes do Timbalada ao palco para tocar ao vivo uma versão de “Cachaça”, ainda que os tambores tenham se perdido na mixagem.
Em seguida, o DJ emendou uma sequência de raps e R&Bs, com músicas de Rihanna, Kanye West e 50 Cent. Antes de encerrar, levantou a multidão ao misturar os gritos de “eu não vou embora” a um remix de “Seven Nation Army”, do White Stripes.
Com um espetáculo visual e sonoro que equilibrou diversidade e inovação, Alok fechou a noite deixando uma marca na história do festival – e no céu de Salvador.
@midiafestof