Na uma hora que dura seu primeiro capítulo, Beleza Fatal busca cativar o espectador com uma pegada clássica de novela, lembrando os folhetins que marcaram a TV aberta brasileira por décadas.
Lançada nesta segunda-feira na plataforma de streaming Max, Beleza Fatal é a primeira novela brasileira da empresa e marca sua entrada no formato. A trama chega após a Netflix com Pedaço de Mim e o Globoplay com Todas as Flores, consolidando a tendência de novas plataformas apostando no melodrama.
O elenco de peso é um dos grandes trunfos da novela, que reúne nomes como Giovanna Antonelli, Camila Pitanga, Camila Queiroz, Herson Capri e Marcelo Serrado. Os artistas, em sua maioria ex-contratados da Globo, embarcaram na produção após um período de busca por novas oportunidades.
A história gira em torno de Lola, a vilã interpretada por Camila Pitanga. Com um caráter maquiavélico e cativante, Lola lembra figuras icônicas de novelas como Tereza Cristina, de Fina Estampa, e Jezebel, de Chocolate com Pimenta. A trama inicia com a personagem recebendo sua prima desabrigada, mas fingindo ser rica e forçando a parente a ser sua empregada. A partir daí, a história segue para uma espiral de violência, intriga e vingança.
Embora o enredo de Beleza Fatal não seja uma grande novidade, sua ambientação e a execução intensa trazem uma novidade. A trama, escrita por Raphael Montes, autor estreante no gênero, promete emoções fortes com uma mistura de brutalidade, erotismo e um estilo mais frenético do que estamos acostumados, incluindo cenas de sangue, palavrões e uma pegada mais sombria. Lola, por exemplo, chega a matar uma pessoa logo no início, deixando sua prima ser presa no lugar dela.
Com 40 capítulos no total, muito mais curtos que as novelas tradicionais da Globo, que chegam a quase 200 episódios, Beleza Fatal se propõe a ser mais ágil e focada, sem se arrastar como as produções mais longas.
A trama também traz a personagem Sofia, interpretada por Camila Queiroz, que continua o espírito vingativo de sua atuação em Verdades Secretas, e Giovanna Antonelli no papel de Elvira, uma mulher que luta para prover o melhor para sua família, mesmo que isso envolva golpes e trapaças.
O título da novela faz referência à obsessão pela estética, tema central da história. Montes se inspirou em uma placa de “harmonização facial parcelada” para criar um retrato ácido dessa busca incessante pela perfeição, alimentada por procedimentos estéticos e distorções digitais.
Supervisionada por Silvio de Abreu, dramaturgo de sucesso, Beleza Fatal traz uma nova dinâmica ao setor. A interação do autor com o elenco, que pode sugerir mudanças nas cenas, foi uma experiência enriquecedora. A estrutura de trabalho também difere das novelas convencionais, com contratos mais flexíveis e gravações menos intensas, algo que agradou o elenco, como destacou Antonelli.
Diferente das novelas tradicionais, Beleza Fatal já está toda gravada, permitindo aos atores mais tempo para ensaios e refinamento das cenas. Para Pitanga, essa abordagem mais livre é uma revolução positiva para as telenovelas no Brasil, que enfrentam desafios de audiência.
Com sua estreia, Beleza Fatal abre novas possibilidades para o mercado de novelas e promete agradar ao público com sua mistura de drama, suspense e uma pitada de vingança.
Beleza Fatal
- Classificação: 16 anos
- Autoria: Raphael Montes
- Elenco: Camila Queiroz, Camila Pitanga e Giovanna Antonelli
- Produção: Brasil, 2025
- Direção: Maria de Médicis
- Onde ver: Max (dez capítulos por semana a partir de 27 de janeiro)
@midiafestof