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“Tive dificuldade de aceitar a Lola”, diz Camila Pitanga sobre sua vilã em “Beleza Fatal”

No ar como a vilã Lola em Beleza Fatal (Max), Camila Pitanga revelou, em entrevista ao Roda Viva (TV Cultura) na última segunda-feira (3), que enfrentou desafios para entender e aceitar sua personagem.

A atriz contou que se inspirou em uma figura real do documentário Um Lugar ao Sol (2009), de Gabriel Mascaro, que retrata a vida de pessoas ricas em coberturas de Recife, São Paulo e Rio de Janeiro.

“Tem uma cena em que uma mulher fala que admira os tiros de fuzil que vê da sua cobertura. Para mim, aquilo era um absurdo, mas ela falava com naturalidade. Essa percepção foi uma chave para entender a Lola”, explicou.

Segundo Camila, compreender a essência da personagem exigiu um processo intenso. “Foi bom ver esse filme para pensar nesse despudor, que não está só nas novelas. A gente vê pessoas cometendo constrangimentos por conservadorismo, racismo… Confesso que tive muita dificuldade de entender e aceitar a Lola, de pensar no que eu poderia emprestar para ela.”

Com o tempo, no entanto, a atriz passou a enxergar a personagem de outra forma. “Ela é uma mulher que viveu violências e carrega essa estética do ataque, da ironia, do despudor. E isso, em uma novela, é irresistível.”

Representatividade

Camila também destacou o avanço da representatividade de atrizes negras em papéis de destaque. “Hoje temos três grandes atrizes protagonizando novelas. Eu sou a quarta. Não é mais exceção: é uma realidade.”

Ao falar sobre os desafios dessa conquista, citou Angela Davis: “Sempre foi uma luta, nunca foi fácil. Nunca foi tranquilo. Nunca foi suave. Mas acho que agora estamos em outro capítulo desse confronto.”

@midiafestof

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