O dólar apresentava leve oscilação nesta terça-feira (18), mas iniciou uma queda firme após a realização de um leilão de linha de US$ 3 bilhões do Banco Central. Além disso, o mercado também acompanhava de perto as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre o fim da Guerra da Ucrânia, realizadas na Arábia Saudita.
Às 14h40, a moeda americana caía 0,34%, cotada a R$ 5,692, contrariando a tendência nos mercados internacionais, onde o dólar se apreciava em relação a outras divisas globais. O índice DXY, que compara o dólar com uma cesta de outras seis moedas fortes, registrava alta de 0,36%. Enquanto isso, a Bolsa avançava 0,21%, aos 128.823 pontos.
No início da sessão, o dólar apresentava leve alta, seguindo a tendência do dia anterior, quando fechou a R$ 5,71 (+0,26%). Porém, após o leilão do BC, a moeda passou a cair, atingindo a mínima da sessão em R$ 5,675.
Na última sexta-feira (14), o dólar fechou a R$ 5,696, o menor valor registrado em três meses. Se o movimento de queda for consolidado ao longo do dia, a moeda pode renovar a mínima de 2025.
O leilão de linha realizado pelo Banco Central ocorreu entre 10h30 e 10h35, com a venda de US$ 3 bilhões. O BC aceitou cinco propostas, com a taxa de corte de 5,411%. A venda foi baseada na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que estava em R$ 5,7046.
Esta foi a terceira operação de linha realizada pelo Banco Central sob a gestão de Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência da autarquia. Em janeiro, o BC já havia realizado dois leilões, totalizando US$ 4 bilhões.
Além disso, o BC também realizou um leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 1º de abril de 2025.
Enquanto isso, o mercado nacional continuava atento à agenda doméstica. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) revelou uma desaceleração econômica, enquanto o último Boletim Focus trouxe previsões de uma inflação ligeiramente mais alta para 2025 e 2026.
Analistas aumentaram sua previsão de inflação para 2025, passando de 5,58% para 5,60%, marcando a 18ª semana consecutiva de aumento nas estimativas. Para 2026, a projeção subiu de 4,30% para 4,35%. A meta de inflação do BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O mercado também está atento à possibilidade de mudanças no cenário externo. Com os mercados dos EUA reabertos após o feriado do Dia dos Presidentes, os investidores continuam a monitorar as incertezas geopolíticas, especialmente as conversas entre EUA e Rússia sobre a guerra na Ucrânia. A reunião entre autoridades dos dois países em Riad, na Arábia Saudita, é vista como uma oportunidade para o início de negociações de paz. A evolução desse cenário pode impactar diretamente o mercado financeiro, influenciando os preços das commodities e a volatilidade dos ativos.
No âmbito das relações comerciais, a atenção também se volta para a nova ameaça de tarifas impostas por Donald Trump. O presidente americano afirmou que os EUA têm sido tratados de forma injusta por outros países, indicando que o aumento das tarifas pode ser uma tática de negociação mais do que uma ação concreta. O mercado aguarda a evolução dessa questão, que pode afetar o valor do dólar, especialmente se as tarifas forem impostas por um período prolongado.
As movimentações no mercado de câmbio seguem sendo moldadas por esses eventos políticos e econômicos, e o impacto sobre a moeda brasileira continua a ser monitorado de perto pelos investidores.
@midiafestof