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Preta Gil diz que câncer ‘ensinou a valorizar o simples’

Após 55 dias internada, Preta Gil voltou ao Carnaval de Salvador e compartilhou um profundo aprendizado sobre a vida, que a doença trouxe. Em entrevista ao O Globo, a cantora refletiu sobre como o câncer transformou sua visão sobre o que realmente importa. “Eu entendo que a vida é o agora. Que sucesso não é agenda cheia nem capa de revista. Sucesso é estar viva, poder abraçar quem eu amo, poder rir, chorar, sentir. A doença me ensinou a valorizar o simples e a ser grata pelo que antes eu nem enxergava. A vida é um sopro, e o que realmente importa é o amor”, afirmou.

Preta também destacou as experiências difíceis que viveu nos últimos tempos, incluindo o tratamento oncológico e uma separação dolorosa. “Estou no meu segundo tratamento oncológico, passei por uma separação dolorosa e por tantos processos íntimos que me obrigaram a olhar pra dentro de um jeito que eu nunca tinha feito”, revelou.

Para a cantora, o primeiro passo para a reconstrução pessoal é parar de se comparar com os outros. “A gente foi ensinada a se medir pela régua dos outros, e isso adoece a gente. Quando você se olha com carinho e entende que você merece amor, respeito e cuidado, principalmente de você mesma, é aí que a reconstrução começa. E pedir ajuda não é fraqueza, é coragem. Eu precisei me reconstruir tantas vezes e aprendi que não dá pra fazer isso sozinha”, refletiu.

Preta Gil também assume com firmeza a responsabilidade de ser uma referência para outras mulheres. “Eu entendi que a minha voz, a minha aparência, a minha vivência são, sim, políticos. Cada vez que eu subo num palco ou falo sobre o que vivi, eu abro espaço pra outras mulheres que também merecem ser vistas e respeitadas. Não é fácil, mas é urgente. E eu sei que a minha história não é só minha, ela é espelho e afeto pra muita gente”, disse.

A cantora, que celebra as conquistas femininas dos últimos anos, não deixa de destacar que a luta ainda é longa. “Ainda falta muito. A violência contra a mulher, a diferença salarial, o racismo, o etarismo? Tudo isso ainda pesa nas nossas costas. E pra mulheres pretas, gordas, LGBTQIA+ e periféricas, esses desafios são ainda maiores. Celebrar é importante, mas a luta continua todos os dias.”

@midiafestof

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