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‘Pediram R$ 80 mil’: Tchaca acusou Judiciário de extorsão antes de ser preso

Horas antes de ser preso na segunda fase da Operação Falsas Promessas, o policial militar Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, conhecido como Tchaca, publicou um vídeo nas redes sociais em que faz graves acusações contra pessoas ligadas ao Judiciário baiano. Segundo ele, estaria sendo alvo de uma tentativa de extorsão para que seu nome fosse retirado da lista de investigados.

“Desde o mês de novembro que eu venho sofrendo uma tentativa de extorsão por parte de algumas pessoas do Judiciário baiano. Recebi uma lista de policiais que, teoricamente, seriam presos ou sofreriam busca e apreensão em suas casas. E, nessa lista, consta meu nome. Pediram R$ 80 mil por cada policial para que não houvesse a prisão”, afirmou Tchaca, em vídeo gravado dentro de um carro.

Na gravação, o policial mostra um print de uma conversa por aplicativo de mensagens onde supostamente teria recebido a lista com os nomes dos alvos da operação. No entanto, ele optou por borrar os nomes de outros policiais que também estariam citados. Dos 24 presos na operação, nove são policiais militares — cinco soldados, dois sargentos e dois cabos.

Tchaca também deixou claro que não atenderia à suposta cobrança. “Não vou pagar valor algum. Primeiro porque eu não tenho, e segundo porque eu não cometi nenhum tipo de crime”, afirmou. Ele ainda sugeriu que sua prisão poderia estar ligada a transferências feitas pelo rifeiro Ramhon Dias, apontado como um dos líderes da organização criminosa investigada.

“Pelo que falaram, é algum valor, algum Pix que Ramhon fez para mim e para alguns policiais, o que entendo que é normal. Eu entendo que, se há o que se averiguar, deveria ser chamado para ser ouvido e não montar uma megaoperação, haja vista o meu posicionamento político”, declarou.

De acordo com a investigação conduzida pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), os policiais envolvidos prestavam apoio direto ao grupo criminoso, cuidando da segurança de rifeiros e influencers que movimentavam altos valores.

“Os policiais militares entravam tanto nesse apoio, que se beneficiavam dessa movimentação financeira, a fluxo de capital entre esses policiais militares e parte dos membros da organização criminosa, principalmente os líderes”, explicou Fábio Lordello, diretor do Draco. “Havia muita circulação de alguns alvos centrais dessa operação, que transitavam pelo estado da Bahia e até fora dele, sempre com apoio e com a segurança desses PMs”, completou.

O grupo investigado teria movimentado aproximadamente R$ 680 milhões. Ao todo, 24 pessoas foram presas até agora, suspeitas de envolvimento no esquema.

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