O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2) em meio à crise provocada pelas denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A saída foi oficializada durante uma reunião fora da agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aceitou o pedido.
Em nota, o Palácio do Planalto informou que o presidente convidou o atual secretário-executivo da pasta, o ex-deputado federal Wolney Queiroz, para assumir o ministério. A troca ocorre após semanas de pressão política, tanto de aliados quanto da oposição, por uma resposta mais firme ao escândalo que envolveu o desconto indevido nos benefícios de aposentados.
Carlos Lupi usou as redes sociais para afirmar que seu nome não aparece entre os investigados e declarou apoio às investigações. “Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, escreveu no X (antigo Twitter).
Apesar de não estar diretamente envolvido no esquema, Lupi vinha sendo criticado por ter demorado a reagir mesmo tendo conhecimento das irregularidades desde 2023. O desgaste aumentou com a decisão do governo de nomear Guilherme Waller Júnior como presidente do INSS, numa espécie de intervenção na autarquia, sem consulta ao então ministro. Waller atuava na Advocacia-Geral da União (AGU) e foi indicado pelo ministro-chefe da AGU, Jorge Messias.
Oficialmente, o governo sustentava que Lupi só deixaria o cargo diante de uma acusação formal. Nos bastidores, porém, auxiliares do presidente já admitiam que sua permanência era insustentável diante da repercussão do caso e do impacto político das fraudes.
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